Partido Podemos Submete Denúncia Contra Urnas Eletrônicas Aprovadas pelo CNE
Em um novo capítulo de tensões políticas, o Partido Podemos apresentou oficialmente uma denúncia contra as urnas eletrônicas recentemente aprovadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O partido, que vem se posicionando de forma crítica ao sistema eleitoral vigente, alega que as urnas aprovadas não atendem a critérios de transparência e segurança necessários para garantir um processo eleitoral confiável.
A denúncia foi protocolada na manhã desta terça-feira, 24 de setembro, e aponta uma série de irregularidades que, segundo o partido, comprometem a lisura das eleições.
Entre as principais queixas estão a falta de auditorias independentes sobre o funcionamento das urnas e a suposta vulnerabilidade dos equipamentos a ataques cibernéticos.
Principais pontos da denúncia
O documento protocolado pelo Podemos lista diversas razões pelas quais o partido considera as urnas eletrônicas inseguras. Entre elas, está a falta de uma comprovação física do voto, que impediria o eleitor de verificar se o seu voto foi registrado corretamente.
O partido argumenta que, sem um comprovante impresso, torna-se impossível auditar o sistema de maneira confiável, deixando o processo sujeito a manipulações.
Além disso, o Podemos acusa o CNE de agir de forma unilateral, sem promover o devido debate com partidos, especialistas em tecnologia e segurança cibernética, nem com a sociedade civil.
“Não estamos apenas questionando a eficiência das urnas, mas todo o processo de aprovação, que ocorreu de forma apressada e sem a devida transparência”, afirmou o líder do partido, durante uma coletiva de imprensa.
Outro ponto sensível na denúncia é a contratação da empresa responsável pelo fornecimento das urnas eletrônicas.
O Podemos aponta para a ausência de um processo licitatório transparente, insinuando favorecimento indevido e possível conflito de interesses.
A contratação sem licitação abre brechas para corrupção e comprometimento da segurança do sistema.
Exigimos uma investigação profunda sobre as relações entre o CNE e os fornecedores de tecnologia eleitoral", declarou o partido em nota oficial.
Reação do CNE e da sociedade
O Conselho Nacional Eleitoral respondeu rapidamente às alegações, classificando a denúncia como infundada e motivada por interesses políticos.
Em nota, o órgão afirmou que o processo de escolha das urnas eletrônicas seguiu todos os procedimentos legais e que as máquinas passaram por rigorosos testes de segurança.
O CNE reforçou ainda que especialistas independentes atestaram a robustez do sistema.
Apesar da negativa do CNE, o movimento gerou um amplo debate na sociedade.
Enquanto grupos apoiam a iniciativa do Podemos, levantando questionamentos sobre a segurança do sistema eleitoral, outros criticam a ação como uma tentativa de desestabilizar o processo democrático.
Especialistas em direito eleitoral e cibernético também se dividiram.
Alguns destacam que, apesar de ser possível melhorar certos aspectos do sistema, as urnas eletrônicas utilizadas no país têm um histórico de segurança e eficiência comprovados.
Próximos passos
Com a denúncia formalizada, o Podemos espera que o CNE reveja a sua posição e convoque uma auditoria independente para avaliar a integridade das urnas.
Além disso, o partido não descarta a possibilidade de recorrer à Justiça Eleitoral, buscando a suspensão do uso das urnas eletrônicas nas próximas eleições até que as supostas falhas sejam corrigidas.
A denúncia também deverá ser discutida no Congresso Nacional, onde o partido pretende pressionar pela criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o processo de aprovação das urnas. "Vamos levar essa questão às últimas instâncias.
Não descansaremos enquanto não tivermos um sistema eleitoral que garanta 100% de segurança ao eleitor brasileiro", afirmou o líder do Podemos.
Esse é apenas o início de um embate que promete se prolongar nos próximos meses, com impacto direto nas eleições futuras.
O desenrolar desse confronto poderá definir os rumos da confiança no sistema eleitoral e, consequentemente, influenciar a participação popular no processo democrático. LEIA MAIS