BISPOS CATÓLICOS DE MOÇAMBIQUE PEDEM O CANCELAMENTO DAS ELEIÇÕES GERAIS

BISPOS CATÓLICOS DE MOÇAMBIQUE PEDEM O CANCELAMENTO DAS ELEIÇÕES GERAIS

 Os bispos católicos de Moçambique emitiram um comunicado contundente sobre o processo eleitoral de 2024, apelando às autoridades eleitorais para que não certifiquem os resultados, os quais consideram "uma fraude".

 Em um comunicado divulgado pela Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), a entidade expressa sérias preocupações com o que chamam de "irregularidades e manipulações" observadas durante a eleição, que, segundo eles, comprometem a transparência e a credibilidade do processo democrático no país.

A declaração dos bispos vem no contexto de denúncias de irregularidades e suspeitas de fraude que marcam as eleições moçambicanas, ocorridas em outubro. Entre as alegações levantadas estão o registro de eleitores fictícios, obstruções a observadores independentes e a manipulação de contagens de votos. 

Certificar uma mentira é fraude”, afirmam os bispos em seu comunicado, destacando que validar os resultados é o mesmo que "legitimar a corrupção e trair o povo".

Irregularidades Levantadas pela Conferência Episcopal

Segundo a Conferência Episcopal de Moçambique, o processo eleitoral enfrentou uma série de falhas logísticas e violações que, na avaliação dos líderes católicos, são inconciliáveis com o que deveria ser uma eleição justa e livre. 

Em várias províncias, inclusive Nampula e Sofala, houve relatos de urnas sendo transportadas sem supervisão adequada, além de incidentes de intimidação a eleitores e opositores.

O apelo dos bispos segue também uma série de manifestações organizadas por membros da sociedade civil moçambicana, que questionam a transparência das eleições.

 Para os bispos, a fragilidade do processo e as constantes denúncias de manipulação geram um ambiente de desconfiança que compromete o futuro democrático de Moçambique.

Posição da Comissão Nacional de Eleições e Reação do Governo

Até o momento, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique não se pronunciou oficialmente sobre as declarações da Conferência Episcopal, mas vem enfrentando crescente pressão interna e internacional.

 Em resposta a questionamentos da imprensa, representantes do governo argumentaram que o processo eleitoral foi realizado dentro dos parâmetros legais, e pediram que os cidadãos aguardem a confirmação final dos resultados antes de tirarem conclusões.

Apelo por Diálogo e Transparência

Os bispos católicos afirmam que o cancelamento dos resultados não significaria um desrespeito ao processo eleitoral, mas sim um compromisso com a verdade e com o povo moçambicano. 

Para eles, a validação de uma eleição cujos resultados são questionados representa "um ato contra a democracia".

 A declaração conclui com um apelo para que as autoridades promovam um diálogo nacional inclusivo, buscando um consenso que respeite a vontade popular.

Com esta tomada de posição, a Igreja Católica em Moçambique se soma a outras vozes do cenário político e social que têm alertado para os desafios do sistema democrático do país. LEIA MAIS


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