CNE desafia Venâncio Mondlane a provar vitória e critica autoproclamação
Em meio a um clima de tensão e expectativa pelos resultados eleitorais, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique manifestou-se hoje sobre o anúncio feito por Venâncio Mondlane, candidato à presidência, que se autoproclamou vencedor das eleições.
Paulo Cuinica, porta-voz da CNE, em uma coletiva de imprensa realizada em Maputo, criticou duramente a postura de Mondlane, considerando a atitude como uma questão de ética e pedindo provas que sustentem tal afirmação.
A polêmica surgiu após Mondlane, concorrente ao mais alto cargo do país, ter declarado publicamente na última quinta-feira que já havia vencido as eleições, mesmo com o processo de apuramento de votos ainda em andamento, e em fase distrital.
“Alguém anunciar que já é Presidente da República não pode ser responsabilidade dos órgãos eleitorais (…) Terá que esperar até que os órgãos competentes anunciem os resultados oficiais”, afirmou Cuinica, quando questionado pela agência Lusa.
Embora tenha enfatizado que, até o momento, a autoproclamação não possa ser considerada um ilícito eleitoral, Cuinica sublinhou que a situação levanta questões éticas significativas. "É uma questão de ética, acima de tudo", afirmou o porta-voz, destacando que anúncios como esse devem ser fundamentados por provas concretas.
Quem alega tem de provar, no processo eleitoral há que mostrar as provas, acrescentou, reforçando a necessidade de responsabilidade ao fazer declarações de tal magnitude.
O porta-voz deixou claro que o processo eleitoral deve seguir os trâmites legais e que qualquer tentativa de interferir no resultado oficial antes do devido apuramento pode prejudicar a transparência do processo.
A CNE, conforme Cuinica, mantém o compromisso de garantir que os resultados finais sejam divulgados de forma clara e imparcial pelos órgãos competentes, reiterando a importância de aguardar pacientemente pelas conclusões oficiais.
A declaração de Mondlane gerou grande repercussão no cenário político do país, com diferentes reações vindas de várias frentes.
Enquanto isso, o processo de contagem de votos continua em curso, com as atenções voltadas para as autoridades eleitorais que detêm a responsabilidade de anunciar os resultados finais, após a devida verificação dos dados coletados a nível distrital.
A controvérsia em torno da autoproclamação de Mondlane levanta questionamentos sobre o impacto desse tipo de anúncio prematuro na estabilidade política e no processo democrático de Moçambique.
Sendo que as críticas de Cuinica colocam em evidência a necessidade de se respeitar os prazos e os mecanismos previstos pela lei eleitoral. LEIA MAIS