Comandante-Geral da PRM Abre Processo Contra Venâncio Mondlane Após Declarações Polémicas


 Comandante-Geral da PRM Abre Processo Contra Venâncio Mondlane Após Declarações Polémicas

O Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, abriu formalmente um processo judicial contra o candidato presidencial Venâncio Mondlane, na sequência de declarações consideradas ofensivas proferidas pelo político. 

Durante um recente comício, Mondlane teria se referido à corporação policial como um "bando de idiotas", o que gerou uma forte reação tanto no seio da PRM quanto na opinião pública.

As declarações de Mondlane, que concorre nas eleições presidenciais de 2024, foram feitas num contexto de crítica à atuação da polícia em episódios recentes de repressão a manifestações e em questões de segurança pública. 

De acordo com Mondlane, a atuação da polícia tem sido marcada por excessos e uma abordagem desnecessariamente violenta em relação aos cidadãos. No entanto, ao rotular a corporação como um "bando de idiotas", suas palavras rapidamente se tornaram o centro de uma controvérsia nacional.

Em resposta, Bernardino Rafael, máximo responsável pela PRM, anunciou que a instituição não permitirá que esse tipo de declarações passe impune. 

As declarações de Venâncio Mondlane são inaceitáveis e um ataque direto à integridade dos homens e mulheres que diariamente arriscam suas vidas para garantir a segurança de todos os moçambicanos, afirmou o Comandante-Geral em uma conferência de imprensa realizada hoje. 

Ele acrescentou que a PRM decidiu avançar com um processo judicial contra Mondlane por difamação e ofensa à honra da corporação.

A reação das autoridades policiais tem gerado debates nas redes sociais e entre analistas políticos. 

Alguns consideram que a atitude de Mondlane foi imprudente e desrespeitosa, enquanto outros defendem que ele está exercendo seu direito de liberdade de expressão, ao criticar o que considera ser um mau desempenho da polícia em certos aspetos.

Venâncio Mondlane, por sua vez, emitiu um comunicado afirmando que suas palavras foram mal interpretadas e que não teve a intenção de ofender os membros da PRM. "Quando critiquei a atuação da polícia, referia-me a certas práticas e não ao corpo policial como um todo. 

O meu objetivo é melhorar a segurança pública e garantir que a polícia seja uma instituição mais profissional e respeitada", declarou Mondlane.

 No entanto, ele não se retratou explicitamente pelo uso das palavras "bando de idiotas", o que continua a alimentar a tensão entre sua candidatura e as forças de segurança.

Com a campanha eleitoral em pleno andamento, este incidente pode ter implicações significativas para a corrida presidencial.

 Mondlane, conhecido por seu discurso contundente, tem conquistado apoio entre jovens e críticos do atual governo, mas as suas declarações podem alienar setores mais conservadores da sociedade e, particularmente, aqueles que apoiam a PRM.

Por outro lado, o processo judicial levantado pelo Comandante-Geral pode ser visto por muitos como uma tentativa de silenciar a oposição e limitar o debate político, especialmente num período tão sensível como o das eleições. 

O desenrolar do caso será acompanhado de perto por todos os atores políticos e pela sociedade civil, num momento em que Moçambique se prepara para uma eleição que promete ser altamente disputada. LEIA MAIS 

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