Confronto entre Polícia e População em Maputo resulta em Violência e Caos nas Ruas

Confronto entre Polícia e População em Maputo resulta em Violência e Caos nas Ruas

O centro da capital moçambicana, Maputo, foi palco de confrontos violentos nesta segunda-feira, quando uma manifestação popular pacífica degenerou em uma verdadeira batalha campal entre manifestantes e a Polícia da República de Moçambique (PRM). 

O conflito, que começou nas primeiras horas da manhã, se intensificou ao longo do dia, resultando em vários feridos, detenções e danos materiais significativos.

De acordo com fontes locais, a manifestação começou como um protesto pacífico por parte de grupos da sociedade civil e residentes da cidade contra o aumento dos custos de vida, incluindo o aumento dos preços dos combustíveis e produtos básicos. 

No entanto, a tensão cresceu quando os manifestantes tentaram bloquear estradas principais e entraram em confronto com as forças policiais que tentavam dispersar a multidão.

Uso de Gás Lacrimogêneo e Balas de Borracha

A polícia, segundo testemunhas, recorreu a gás lacrimogêneo, balas de borracha e canhões de água para dispersar os manifestantes, que reagiram lançando pedras e outros objetos. 

O confronto se espalhou rapidamente por várias partes da cidade, com barricadas sendo erguidas em diversas ruas, e o trânsito em várias avenidas principais interrompido.

O que era para ser uma marcha pacífica se transformou em um cenário de caos", afirmou um dos manifestantes, que preferiu não se identificar. A polícia começou a atirar sem aviso e as pessoas se defenderam como puderam.

Fontes no local afirmam que houve momentos de grande tensão, com correria e disparos sendo ouvidos em vários pontos do centro da cidade. 

Com o aumento da violência, lojistas foram obrigados a fechar suas portas e muitos cidadãos optaram por ficar em casa, temendo pela sua segurança.

Reação das Autoridades

Em comunicado, o porta-voz da PRM, Pedro Cossa, justificou a atuação policial, afirmando que "os manifestantes estavam a violar a ordem pública e ameaçando a segurança dos cidadãos e da propriedade privada. 

Ele acrescentou que a polícia foi obrigada a agir de forma enérgica para "restabelecer a ordem e a tranquilidade na cidade.

No entanto, grupos de direitos humanos criticaram a resposta das forças de segurança, afirmando que o uso de força desproporcional apenas exacerbou a situação e levou a um número maior de feridos. 

A repressão violenta de protestos pacíficos é um retrocesso para a democracia e para os direitos humanos no país", afirmou um porta-voz de uma organização local.

Detenções e Feridos

Ainda não há números exatos sobre o total de feridos ou o número de detidos, mas estima-se que dezenas de manifestantes tenham sido levados sob custódia. 

Serviços de emergência foram mobilizados em várias partes da cidade para atender os feridos, que foram levados a hospitais da capital.

Os confrontos se prolongaram até o início da noite, com relatos de que algumas zonas periféricas de Maputo também foram afetadas pela violência. 

A situação ainda era tensa até o momento da redação desta notícia, com muitos cidadãos receosos de novos episódios de confronto nos próximos dias.

Cenário de Instabilidade

Este episódio ocorre num momento delicado para o governo moçambicano, que enfrenta pressão crescente devido à crise econômica e social que assola o país.

 Nos últimos meses, houve um aumento de protestos e manifestações exigindo melhores condições de vida e medidas mais eficazes para enfrentar a inflação e o desemprego.

Especialistas alertam que se as tensões entre a população e as autoridades continuarem a crescer, o país pode enfrentar um cenário de instabilidade prolongada, com consequências imprevisíveis para a economia e a segurança nacional.

O governo ainda não emitiu um pronunciamento oficial sobre os eventos, mas espera-se que nas próximas horas haja uma resposta por parte do Presidente da República, Filipe Nyusi, ou de altos representantes do Estado.

Enquanto isso, a população de Maputo permanece em alerta, aguardando para ver como a situação se desenrolará nos próximos dias. LEIA MAIS 

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