Ex-presidente Armando Emílio Guebuza quebra o silêncio sobre o assassinato de Elvinos Dias e Paulo Guambe
O ex-presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, pronunciou-se pela primeira vez sobre o trágico assassinato de Paulo Guambe, líder do partido PODEMOS, um episódio que chocou a nação e levantou questões sobre a segurança e estabilidade política do país.
Em um comunicado público, Guebuza expressou sua tristeza e preocupação com o ocorrido, fazendo um apelo direto às autoridades para que ajam com firmeza na investigação e responsabilização dos envolvidos no crime.
Guebuza, que ocupou o cargo de presidente de Moçambique entre 2005 e 2015, revelou que conheceu Guambe em 2020, durante um encontro que destacou o lado acadêmico e cultural do líder político.
Conheci o Paulo Guambe em 2020 quando veio ao meu gabinete de trabalho com um grupo de estudantes do ISARC [Instituto Superior de Artes e Cultura] para me entrevistar no âmbito de um filme-documentário sobre a obra literária do Filimone Meigos.
O Paulo falou-me de cinema, como disciplina curricular, e dos seus projectos profissionais nessa área", recordou o ex-presidente.
Visivelmente consternado, Guebuza lamentou o brutal assassinato de Guambe e das pessoas que o acompanhavam na fatídica noite.
Lamento o seu assassinato brutal, bem assim dos que o acompanhavam naquela noite fatídica. Às suas famílias endereço as minhas sentidas condolências, declarou.
Além das condolências, Guebuza fez um alerta contundente sobre a crescente insegurança no país e as possíveis tentativas de desestabilização política.
Ele destacou a importância de não permitir que “as forças do mal” tomem controle da situação, comprometendo a segurança nacional.
"Não podemos deixar que as forças do mal continuem a instrumentalizar o nosso país, comprometendo a nossa segurança nacional", afirmou o ex-presidente, num apelo para que as autoridades competentes tomem medidas urgentes.
O ex-presidente também advertiu contra a exploração política do caso, sublinhando que é crucial evitar aproveitamentos oportunistas e caos no país.
Apelamos às entidades competentes para que busquem e responsabilizem os verdadeiros autores deste crime macabro, evitando aproveitamentos oportunistas, e o caos,frisou.
O assassinato de Paulo Guambe gerou grande comoção em Moçambique, tanto no meio político quanto entre a população em geral, com muitos exigindo justiça rápida e eficaz.
Guambe era uma figura política emergente, com um discurso voltado para a renovação e transformação política no país.
O ex-presidente encerrou sua declaração desejando paz para as vítimas Que as suas almas descansem em paz.
A declaração de Guebuza trouxe um peso significativo para o debate público em torno da investigação do assassinato, reforçando a necessidade de soluções rápidas e decisivas por parte das autoridades.
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O país, que nos últimos anos tem enfrentado desafios de segurança, especialmente com a insurgência no norte, aguarda agora uma resposta clara do governo e das forças de segurança. LEIA MAIS