Ossufo Momade convoca greve nacional para repudiar resultados eleitorais divulgados pela CNE, que favorecem a FRELIMO
Em uma movimentação política de grande impacto, Ossufo Momade, presidente do partido RENAMO, convocou nesta quinta-feira uma greve nacional como forma de protesto contra os resultados das eleições gerais de 2024, recentemente divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique.
A decisão foi anunciada após a divulgação oficial dos resultados, que apontam uma vitória expressiva do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), suscitando acusações de irregularidades e contestação por parte da oposição.
Os resultados divulgados pela CNE no dia 24 de outubro indicam uma vitória esmagadora da FRELIMO, o que levou a RENAMO a questionar a transparência do processo eleitoral.
Segundo Momade, o partido identifica várias irregularidades nas etapas da votação e apuração, alegando que houve manipulação dos resultados para favorecer o partido governista.
Estamos diante de uma afronta à democracia. O povo moçambicano merece um processo justo e livre, e o que presenciamos foi um golpe contra a vontade popular", afirmou Momade em entrevista à imprensa.
A greve nacional, programada para os próximos dias, visa mobilizar cidadãos e membros de diferentes setores da sociedade para se manifestarem contra o que o líder da RENAMO chamou de "um abuso do poder".
Para Momade, a greve é uma forma legítima de pressionar as autoridades para que haja uma revisão dos resultados e uma investigação das alegadas fraudes.
Segundo ele, este é um passo necessário para garantir a transparência do processo democrático em Moçambique.
A convocação de Momade encontra eco em outros partidos de oposição e em organizações da sociedade civil, que também demonstraram preocupação com a condução do processo eleitoral.
Desde o início do período eleitoral, várias denúncias de irregularidades foram apresentadas por observadores independentes, incluindo casos de intimidação de eleitores e supostas manipulações nas urnas, que aumentaram o clima de tensão no país.
Em resposta, a CNE emitiu um comunicado defendendo a lisura do processo e ressaltando que as eleições ocorreram dentro dos parâmetros legais. "As eleições de 2024 foram conduzidas com transparência e rigor.
Trabalhamos incansavelmente para assegurar que cada voto fosse contabilizado de maneira justa e que as urnas representassem a vontade dos moçambicanos", afirmou o porta-voz da CNE.
A FRELIMO, por sua vez, declarou que os resultados refletem o apoio genuíno da população e criticou a convocação de greve como uma tentativa de desestabilização.
Em uma declaração oficial, o partido afirmou que continuará trabalhando para promover o desenvolvimento do país e garantiu que respeitará o processo democrático, enquanto reforça sua posição de líder do governo.
Analistas políticos indicam que a situação tem o potencial de agravar a polarização política em Moçambique e gerar um ambiente de instabilidade.
A convocação de greve por parte de Ossufo Momade é vista como um reflexo da insatisfação crescente da população e da desconfiança em relação ao sistema eleitoral, que muitos consideram estar sob forte influência do governo.
A oposição promete resistir e pressionar por mudanças, enquanto o governo e a CNE mantêm a posição de que o processo foi justo.
Nos próximos dias, o país poderá enfrentar manifestações significativas, e a greve poderá paralisar setores essenciais da economia moçambicana, afetando serviços de transporte, saúde e educação.
Momade enfatizou que o protesto será pacífico, mas ressaltou a determinação da RENAMO em pressionar por justiça eleitoral.
A democracia em Moçambique está em jogo, e não descansaremos até que a vontade do povo seja respeitada".
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A expectativa agora é sobre como o governo lidará com as demandas da oposição e a greve convocada, um evento que pode marcar uma nova fase de confrontação política no país. LEIA MAIS