Ossufo Momade Defende Venâncio Mondlane e Condena União Europeia por Apoio ao Partido Frelimo
O presidente do partido Renamo, Ossufo Momade, fez declarações contundentes esta semana, manifestando seu apoio ao candidato Venâncio Mondlane e criticando severamente a União Europeia por, segundo ele, ter demonstrado parcialidade nas recentes eleições em Moçambique, favorecendo o partido no poder, Frelimo.
Durante um comício em Maputo, Momade reforçou seu compromisso com Mondlane, candidato da Renamo nas eleições, afirmando que ele representa a mudança que o país tanto necessita. "Venâncio Mondlane é o símbolo da renovação política de Moçambique.
Ele é a voz dos que querem um governo transparente, sem corrupção, e que respeite verdadeiramente o povo", declarou o líder da Renamo. Momade destacou a trajetória de Mondlane, tanto na política como na luta pelos direitos dos moçambicanos, como justificativa para seu firme apoio.
Contudo, o ponto mais acentuado de seu discurso foi a dura crítica direcionada à União Europeia.
De acordo com Momade, a União Europeia, que enviou observadores internacionais para monitorar o processo eleitoral, tem estado a favorecer de maneira explícita o partido Frelimo, que governa Moçambique desde a independência do país em 1975.
"A União Europeia deveria ser neutra, imparcial, mas o que estamos a ver é uma entidade internacional que, em vez de cumprir o seu papel, está a tomar partido", acusou Momade, visivelmente indignado.
Ele continuou: "Isso é uma afronta à democracia que todos nós queremos construir em Moçambique. A Renamo não vai tolerar essas interferências externas que visam legitimar um regime que perpetua a corrupção e o abuso de poder".
As acusações de Ossufo Momade não são inéditas. O histórico de desconfiança entre a Renamo e o partido Frelimo nas eleições é longo, com a Renamo frequentemente denunciando fraude e manipulação eleitoral. No entanto, as críticas à União Europeia introduzem uma nova dimensão ao cenário político, pois observadores internacionais, incluindo a União Europeia, costumam ser vistos como garantes da legitimidade dos processos eleitorais.
Para Momade, essa suposta interferência externa é mais uma evidência de que o processo eleitoral de 2024 está longe de ser justo. "Queremos eleições livres e transparentes. O povo deve ser quem escolhe seus líderes, e não entidades externas ou interesses estrangeiros que têm se alinhado com o Frelimo", afirmou o presidente da Renamo, ecoando preocupações que já vinham sendo levantadas por outras figuras da oposição.
A resposta da União Europeia a estas acusações ainda não foi divulgada oficialmente, mas em ocasiões anteriores, a missão de observadores sempre defendeu a sua imparcialidade, afirmando que o objetivo de sua presença no país é assegurar que o processo eleitoral transcorra de maneira justa e transparente.
Nos próximos dias, as tensões políticas no país devem aumentar, especialmente com a aproximação dos resultados eleitorais. A oposição, liderada por Ossufo Momade e Venâncio Mondlane, continua a acusar o partido Frelimo de fraudes e irregularidades.
Com o cenário político cada vez mais polarizado, o discurso de Momade certamente adiciona mais combustível à fervente disputa política em Moçambique.
Enquanto isso, a população moçambicana aguarda com expectativa os desdobramentos, em meio a um clima de incerteza e tensão que continua a dominar o país. LEIA MAIS
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