VENÂNCIO MONDLANE REPUDIA ASSASSINATO BÁRBARO DE ELVINO DIAS E ANUNCIA MARCHA NACIONAL
O político moçambicano Venâncio Mondlane, um dos principais nomes da oposição no país, expressou recentemente à imprensa a sua profunda indignação e repúdio pelo assassinato brutal de seu advogado, Elvino Dias, e de Paulo Guambe, mandatário do partido PODEMOS.
Mondlane, visivelmente abalado, relatou que só começou a assimilar a tragédia por volta das 5h da manhã, durante momentos de oração.
Este é um ataque contra os valores que defendemos como sociedade", declarou, afirmando que o ocorrido representa uma tentativa de desestabilizar forças que lutam pela justiça e pela democracia no país. No entanto, deixou claro que não será intimidado. "Ninguém vai nos deter", garantiu.
Mondlane foi além e considerou o assassinato de Elvino Dias como um marco que pode desencadear uma revolução no país. O político destacou que este momento é crucial para a luta pelos direitos civis e a defesa dos princípios democráticos.
Como parte dessa resposta, Mondlane anunciou a realização de uma marcha nacional, prevista para a próxima segunda-feira, com concentração na Avenida Joaquim Chissano, precisamente no local onde o crime ocorreu.
"Convido toda a população a participar pacificamente", pediu o político, enfatizando que a manifestação deve ocorrer sem qualquer tipo de vandalismo, seja contra bens públicos ou privados.
Apesar de a marcha não ter sido autorizada pelas autoridades locais, Venâncio Mondlane assegurou que ela vai acontecer.
Nenhuma força será capaz de parar esta marcha”, disse, deixando claro o seu compromisso em seguir em frente com o protesto, mesmo diante da ausência de permissão oficial.
Segundo o político, a marcha está marcada para as 10h e será um momento de manifestação pacífica em nome da justiça e em repúdio ao assassinato que abalou o país.
Mondlane também fez questão de esclarecer que, embora alguns empresários moçambicanos possam ser vistos como parte de esquemas de corrupção, há muitos que não estão envolvidos no caso e, portanto, a marcha não tem como alvo o setor empresarial, mas sim a busca por justiça e respostas claras sobre os assassinatos.
O Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) já havia se pronunciado sobre a situação, destacando que, na próxima segunda-feira, as atividades laborais seguirão normalmente, em clara resposta às possíveis paralisações que a marcha pode provocar.
A morte de Elvino Dias e Paulo Guambe abalou o cenário político em Moçambique, e a resposta de Venâncio Mondlane com a convocação de uma marcha nacional parece marcar o início de uma nova fase na luta por justiça no país. LEIA MAIS