Venâncio Mondlane responde à PGR após ameaça de bloqueio à sua marcha
O político e ativista Venâncio Mondlane, uma das vozes mais influentes da oposição em Moçambique, respondeu firmemente às recentes tentativas da Procuradoria-Geral da República (PGR) de bloquear sua marcha, planejada para os próximos dias.
A PGR teria emitido uma comunicação alegando que a manifestação organizada por Mondlane poderia incorrer em violações legais, sugerindo possíveis sanções caso a marcha prossiga.
Mondlane, que tem sido uma figura central na luta pelos direitos cívicos e pela transparência política no país, não demorou a reagir.
Em uma declaração contundente feita hoje, ele afirmou que não se deixará intimidar pelas ameaças das autoridades e que continuará a lutar pelos direitos de manifestação e justiça para o povo moçambicano.
"Eu não vou ter medo de vocês. Eu e meu povo vamos fazer a justiça do povo," disse Mondlane, em referência direta ao comunicado da PGR.
Segundo o político, a marcha é uma resposta ao que ele descreve como um "regime opressor" que tem sufocado os direitos democráticos e a liberdade de expressão em Moçambique.
Ele acrescentou que a tentativa de bloqueio apenas reforça a necessidade de que a população se levante contra os abusos de poder.
A marcha organizada por Mondlane tem como objetivo central denunciar a corrupção, o desemprego e a falta de condições básicas de vida que afetam milhões de moçambicanos.
O evento ganhou rapidamente apoio popular, com muitos cidadãos expressando nas redes sociais e nas ruas a sua vontade de participar da manifestação, apesar das ameaças de repressão por parte do governo.
A declaração de Mondlane surge num contexto de crescente tensão entre as forças de oposição e o governo de Moçambique.
Nos últimos meses, a pressão sobre ativistas e políticos oposicionistas tem aumentado, com várias tentativas de restringir o espaço de manifestação pública e de criminalizar líderes que defendem mudanças políticas.
Ainda não está claro qual será a próxima ação da PGR em resposta à declaração de Mondlane, mas observadores políticos sugerem que as autoridades podem tentar endurecer ainda mais as medidas para impedir a realização da marcha.
No entanto, Mondlane garantiu que a mobilização continuará, independentemente das barreiras impostas pelo governo. "Nós estamos prontos. Esta marcha vai acontecer, porque é uma marcha de e para o povo," concluiu.
Os desdobramentos desta situação serão acompanhados de perto nos próximos dias, à medida que a data da marcha se aproxima e as tensões continuam a crescer nas ruas de Moçambique. LEIA MAIS