De acordo com informações do CanalMoz, na sexta-feira(08/11) encerrou o prazo dado pelo Conselho Constitucional (CC) à Comissão Nacional de Eleições (CNE) para justificar as diferenças entre o número de votantes e o total de votos contabilizados.
No entanto, a CNE não conseguiu fornecer qualquer explicação e não enviou nenhuma justificativa ao CC.
Um membro da CNE confirmou ao CanalMoz, na manhã de hoje, que a instituição não tem uma resposta para o que parece ser "enchimento de urnas".
Ele declarou: “É uma situação constrangedora e optamos por não enviar nada ao Conselho Constitucional. A situação está como está, e não temos explicação para dar. A CNE também recebeu os resultados como estão.”
Por outro lado, um juiz do Conselho Constitucional afirmou ao CanalMoz que realmente a CNE não apresentou justificativas, e o prazo para isso terminou.
O juiz preferiu não comentar sobre possíveis implicações legais da ausência de resposta da CNE.
Nos resultados eleitorais divulgados pelo Presidente da CNE, Carlos Matsinhe, foi observada uma grande discrepância nos números.
Por exemplo, cada eleitor deveria votar em três urnas diferentes: uma para Presidente da República, outra para Assembleia da República e outra para a Assembleia Provincial.
Se 400 pessoas votassem em uma mesa, era esperado que houvesse 400 votos para cada um dos cargos. Contudo, há locais onde os números são desproporcionais, como mil votos para presidente, trezentos para a Assembleia e duzentos para a Assembleia Provincial, o que levanta suspeitas de fraude.
E esses resultados, em sua maioria, favorecem o partido Frelimo e o candidato Daniel Chapo.
Legalmente, caso não haja uma explicação clara para essa situação, ou se não existirem actas originais para comprovar os dados, o Conselho Constitucional pode optar por utilizar as actas do partido que questionou os resultados para tentar corrigir a situação, ou até mesmo anular os votos em caso de fraude comprovada.
O CanalMoz tentou entrar em contacto com o porta-voz da CNE para esclarecer o motivo da falta de explicações, mas não obteve resposta.
Esse episódio reforça a percepção de que as eleições foram manipuladas, com a vitória da Frelimo e de Daniel Chapo sendo supostamente "fabricada" digitalmente.
Esse é um dos motivos pelos quais o povo moçambicano tem se manifestado nas ruas há mais de 10 dias, mesmo com a polícia tentando conter os protestos. Agora, cabe ao Conselho Constitucional decidir sobre a situação. LEIA MAIS
Fonte jornal alerta