VENÂNCIO MONDLANE CHAMA PRESIDENTE DANIEL CHAPO DE “MATA E REZA” E QUESTIONA GESTÃO DA POBREZA EM MOÇAMBIQUE
O ex-candidato presidencial Venâncio António Bila Mondlane, conhecido por suas intervenções contundentes, lançou críticas severas ao actual Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, durante uma transmissão ao vivo realizada ontem, 20 de janeiro de 2025, na plataforma Facebook.
Mondlane, em sua análise, chamou a atenção para os desafios estruturais enfrentados pelo país, destacando questões como a pobreza rural, a falta de saneamento básico, a precariedade no acesso à saúde e à educação, além de outras carências sociais.
Em suas palavras, referiu-se ao Presidente como “mata e reza”, em alusão ao que considera uma gestão contraditória e marcada pela inércia diante dos problemas nacionais.
O Presidente da República, que muitos chamam de ‘mata e reza’, disse recentemente que a FRELIMO obteve 70% dos votos porque 70% da população vive em áreas rurais. Primeiro, esse dado estatístico está extremamente desatualizado.
Segundo, é algo que deveria ser motivo de vergonha: como é que, em 50 anos de independência, Moçambique mantém 70% da sua população em áreas rurais, onde a pobreza e a miséria são predominantes?”, questionou Mondlane.
O ex-candidato, prosseguiu enfatizando que essas regiões carecem de serviços básicos essenciais.
Ele mencionou a ausência de saneamento básico, água potável, educação de qualidade, serviços de saúde adequados e outras condições fundamentais para o bem-estar social.
Essas áreas, que ele chama de base eleitoral, representam, na verdade, a face mais trágica do nosso país. E, ao invés de agir, o Presidente celebra a miséria como se fosse uma conquista.
Isso é inadmissível!”, exclamou Mondlane, evidenciando o que considera uma contradição no discurso oficial.
Mondlane, também aproveitou a oportunidade para criticar a postura da FRELIMO, partido que governa Moçambique desde a independência.
Segundo ele, a perpetuação da pobreza rural não é apenas um reflexo de má gestão, mas também uma estratégia política para manter o controle sobre a população mais vulnerável.
Em meio século de governo, como é possível que ainda tenhamos 70% da população vivendo em condições tão precárias? Isso é o fracasso de uma administração que prioriza o controle político em detrimento do desenvolvimento humano”, argumentou.
Mondlane, fez um apelo à sociedade civil e à comunidade internacional, instando-os a pressionar o governo por mudanças efectivas.
Ele destacou que a atual situação do país não é apenas uma questão interna, mas também um problema humanitário que afeta a dignidade de milhões de moçambicanos.
O mundo precisa saber que Moçambique não é só um país rico em recursos naturais, mas também uma nação onde milhões de pessoas vivem sem o mínimo necessário para uma vida digna. Precisamos de uma mudança estrutural urgente!”, enfatizou. LEIA MAIS
Fonte : Kelven Mídia
